Pesquisa sobre o tema mostra que os estados nordestinos estão muito aquém das unidades do Sul e Sudeste. Apenas um deles alcançou nota compatível com a média nacional 50 pontos. O trabalho, de iniciativa do Centro de Liderança Pública, foi realizado em cooperação com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Unit.

São Paulo (Agência Prodetec) – Pernambuco e Ceará lideram o ranking de competitividade entre os estados do Nordeste, embora permaneçam, ainda, distantes do topo em termos nacionais que tem São Paulo e Paraná como os estados mais competitivos. Na outra ponta, Alagoas desponta como o pior em todo o país.
Líder da economia nordestina, o estado da Bahia perdeu dinamismo nos dois últimos anos da pesquisa, cedendo espaço para pernambucanos e cearenses. Pelos dados do trabalho, a Bahia caiu do 14º lugar para o 20º entre 2015 e 2016 em virtude de desempenho insatisfatório em quatro aspectos que compõem o índice de aferição de competitividade.
O Rio Grande do Norte, por sua vez, foi o estado nordestino que mais posições conquistou no ranking geral entre as edições de 2015 e a de 2016, subindo da 23º para 18º lugar.
O ranking é mantido pelo Centro de Liderança Pública com o objetivo de orientar as políticas públicas e "oferece aos líderes instrumentos práticos para ajudá-los a mobilizar e engajar a sociedade em mudanças eficazes, com ética e responsabilidade". Elaborado em parceria com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Unit, o estudo considera 65 diferentes variáveis agrupadas em dez pontos: sustentabilidade ambiental e social, infraestrutura, segurança pública, potencial de consumo, educação, solidez fiscal, recursos humanos, inovação e eficiência da máquina pública.
A partir da análise desses aspectos é feito um ranking, cuja nota varia de 0 a 100.
São Paulo voltou a liderar a lista, em 2016, com 88,9 pontos, seguido de Paraná com 76,9 pontos e Santa Catarina com 74,3 pontos, todos bem acima da média nacional de 50.
RANKING DE COMPETITIVIDDE DOS ESTADOS 2016
ESTADO
|
NOTA
|
POSIÇÃO 2016
|
POSIÇÃO 2015
|
São Paulo
|
88,9
|
1ª.
|
1ª.
|
Paraná
|
76,9
|
2ª.
|
2ª.
|
Santa Catarina
|
74,3
|
3ª.
|
3ª.
|
Distrito Federal
|
66,8
|
4ª.
|
4ª.
|
Mato Grosso do Sul
|
65,1
|
5ª.
|
9a.
|
Espírito Santo
|
62,6
|
6ª.
|
5ª.
|
Minas Gerais
|
57,5
|
7ª.
|
7ª.
|
Rio de Janeiro
|
56,7
|
8ª,
|
--
|
Rio Grande do Sul
|
55,5
|
9ª,
|
6ª.
|
Mato Grosso
|
55,0
|
10a.
|
11ª.
|
Roraima
|
54,6
|
11ª,
|
16ª.
|
Goiás
|
53,1
|
12ª.
|
10ª.
|
Pernambuco
|
50,3
|
13a.
|
13ª.
|
Ceará
|
48,1
|
14ª,
|
16ª.
|
Paraíba
|
47,8
|
15ª.
|
-
|
Amapá
|
45,5
|
16a.
|
25ª.
|
Amazonas
|
45,0
|
17ª,
|
--
|
Rio Grande do Norte
|
44,5
|
18ª.
|
23ª.
|
Tocantins
|
42,5
|
19ª.
|
18ª.
|
Bahia
|
42,3
|
20ª.
|
14ª.
|
Pará
|
38,7
|
21ª.
|
22ª.
|
Rondonia
|
37,9
|
220ª.
|
19ª.
|
Maranhão
|
34,3
|
230ª.
|
20ª.
|
Piauí
|
34,1
|
24ª.
|
21ª.
|
Acre
|
32,0
|
25ª.
|
26ª.
|
Sergipe
|
28,5
|
26ª.
|
24ª.
|
Alagoas
|
15,9
|
27ª.
|
--
|
Fonte: CLP/Economist Intelligence Unit/Tendências.
Abaixo da média
Entre os estados nordestinos, Pernambuco foi o único a alcançar a média nacional de 50 pontos, seguido de perto por Ceará (48,1 pontos) e Paraíba (47,8 pontos). Os demais apresentaram desempenho sofrível, com destaque para Sergipe e Alagoas, os piores do ranking, com 28,5 e 15,9 pontos, respectivamente.
Vale salientar o desempenho de Paraíba e Rio Grande do Norte em infraestrutura, ficando em segundo e terceiro lugares no conjunto do país, com 74 e 68 pontos, abaixo apenas de São Paulo (100,0). Entre os demais estados nordestinos, aparecem Pernambuco e Ceará (56,2 pontos, cada), Sergipe (52,8), Alagoas (50,4), Piauí (45,3), Maranhão (45,0) e Bahia (44,9 pontos).
Além da infraestrutura, a Bahia também retrocedeu nos quesitos potencial de mercado (perdeu 11 posições), sustentabilidade ambiental (menos 6) e educação (menos 3 posições). No caso do primeiro item, o Maranhão também recuou sete posições, enquanto Pernambuco avançou quatro.
Os estados nordestinos deixam muito a desejar em aspectos como sustentabilidade social; segurança pública; capital humano, sustentabilidade ambiental e educação. Em dois outros itens, a região apresentou desempenho satisfatório: inovação, com destaque para Paraíba (8º lugar no país) e Rio Grande do Norte (9º); e eficiência da máquina pública, em que Ceará e Pernambuco conquistaram o nono e o décimo lugar, respectivamente.
Situação fiscal
No geral, a análise dos resultados obtidos nessa variável mostra que os estados do Norte e Nordeste apresentam desempenho superior às unidades do Sul e Sudeste, com algumas exceções. Segundo os técnicos, isso se explica pelo fato da maioria desses estados terem níveis de endividamento menor. "De forma inversa, alguns dos mais ricos e desenvolvidos estados brasileiros têm elevado grau de endividamento e déficit nominal", acrescentam, citando os casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul.
Talvez por isso, no cômputo nacional, o Ceará ficou bem posicionado quanto à solidez fiscal, em sétimo lugar, após Roraima, Pará, Mato Grosso do Sul, Amapá, Paraná Mato Grosso. O Rio Grande do Norte se classificou após o Ceará.
Para desenhar esse ponto os pesquisadores consideraram indicadores como grau de endividamento, o custo de servir essa dívida, e o nível de execução do orçamento e dos investimentos dos Estados, além do indicador "resultado primário".
O quadro abaixo mostra o nível de solidez fiscal em âmbito estadual.
ESTADO
|
NOTA
|
ESTADO
|
NOTA
|
Roraima
|
100,0
|
São Paulo
|
49,5
|
Pará,
|
94,4
|
Goiás
|
46,8
|
Mato Grosso do Sul
|
92,9
|
Piauí
|
45,5
|
Amapá
|
74,4
|
Maranhão
|
43,8
|
Paraná.
|
73,9
|
Distrito Federal
|
39,7
|
Mato Grosso
|
73,7
|
Rondonia
|
36,4
|
Ceará
|
69,5
|
Tocantins
|
34,6
|
Rio Grande do Norte
|
66,8
|
Sergipe
|
32,7
|
Amazonas
|
64,8
|
Alagoas
|
21,6
|
Santa Catarina
|
64,5
|
Rio de Janeiro
|
17,7
|
Espírito Santo
|
62,9
|
Acre
|
1,9
|
Bahia
|
62,8
|
Rio Grande do Sul
|
0,2
|
Paraíba
|
61,3
|
Minas Gerais
|
0,0
|
Pernambuco
|
58,4
|
|
|
Fonte: CLP/Economist Intelligence Unit/Tendencias. |