Paulo Roberto Coelho Lopes¹; Inez Vilar de Morais Oliveira²; Diógenes Henrique Abrantes Sarmento³ 1 Doutor em Agronomia, Embrapa, e-mail:paulo.roberto@embrapa.br 2 Doutora em...
A fim de atender demandas do Congresso Nacional, o Tribunal de Contas da União determinou a realização de duas auditorias...
Jenner Guimarães (*)Há muito se debate sobre as desigualdades regionais no Brasil, sem um consenso ou mesmo uma política unificada...
PERNAMBUCO E CEARÁ LIDERAM COMPETITIVIDADE NO NORDESTE |
Pesquisa sobre o tema mostra que os estados nordestinos estão muito aquém das unidades do Sul e Sudeste. Apenas um deles alcançou nota compatível com a média nacional 50 pontos. O trabalho, de iniciativa do Centro de Liderança Pública, foi realizado em cooperação com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Unit. São Paulo (Agência Prodetec) – Pernambuco e Ceará lideram o ranking de competitividade entre os estados do Nordeste, embora permaneçam, ainda, distantes do topo em termos nacionais que tem São Paulo e Paraná como os estados mais competitivos. Na outra ponta, Alagoas desponta como o pior em todo o país. Líder da economia nordestina, o estado da Bahia perdeu dinamismo nos dois últimos anos da pesquisa, cedendo espaço para pernambucanos e cearenses. Pelos dados do trabalho, a Bahia caiu do 14º lugar para o 20º entre 2015 e 2016 em virtude de desempenho insatisfatório em quatro aspectos que compõem o índice de aferição de competitividade. O Rio Grande do Norte, por sua vez, foi o estado nordestino que mais posições conquistou no ranking geral entre as edições de 2015 e a de 2016, subindo da 23º para 18º lugar. O ranking é mantido pelo Centro de Liderança Pública com o objetivo de orientar as políticas públicas e "oferece aos líderes instrumentos práticos para ajudá-los a mobilizar e engajar a sociedade em mudanças eficazes, com ética e responsabilidade". Elaborado em parceria com a Consultoria Tendências e a Economist Intelligence Unit, o estudo considera 65 diferentes variáveis agrupadas em dez pontos: sustentabilidade ambiental e social, infraestrutura, segurança pública, potencial de consumo, educação, solidez fiscal, recursos humanos, inovação e eficiência da máquina pública. A partir da análise desses aspectos é feito um ranking, cuja nota varia de 0 a 100. São Paulo voltou a liderar a lista, em 2016, com 88,9 pontos, seguido de Paraná com 76,9 pontos e Santa Catarina com 74,3 pontos, todos bem acima da média nacional de 50. RANKING DE COMPETITIVIDDE DOS ESTADOS 2016
Fonte: CLP/Economist Intelligence Unit/Tendências. Entre os estados nordestinos, Pernambuco foi o único a alcançar a média nacional de 50 pontos, seguido de perto por Ceará (48,1 pontos) e Paraíba (47,8 pontos). Os demais apresentaram desempenho sofrível, com destaque para Sergipe e Alagoas, os piores do ranking, com 28,5 e 15,9 pontos, respectivamente. Vale salientar o desempenho de Paraíba e Rio Grande do Norte em infraestrutura, ficando em segundo e terceiro lugares no conjunto do país, com 74 e 68 pontos, abaixo apenas de São Paulo (100,0). Entre os demais estados nordestinos, aparecem Pernambuco e Ceará (56,2 pontos, cada), Sergipe (52,8), Alagoas (50,4), Piauí (45,3), Maranhão (45,0) e Bahia (44,9 pontos). Além da infraestrutura, a Bahia também retrocedeu nos quesitos potencial de mercado (perdeu 11 posições), sustentabilidade ambiental (menos 6) e educação (menos 3 posições). No caso do primeiro item, o Maranhão também recuou sete posições, enquanto Pernambuco avançou quatro. Os estados nordestinos deixam muito a desejar em aspectos como sustentabilidade social; segurança pública; capital humano, sustentabilidade ambiental e educação. Em dois outros itens, a região apresentou desempenho satisfatório: inovação, com destaque para Paraíba (8º lugar no país) e Rio Grande do Norte (9º); e eficiência da máquina pública, em que Ceará e Pernambuco conquistaram o nono e o décimo lugar, respectivamente. Situação fiscal No geral, a análise dos resultados obtidos nessa variável mostra que os estados do Norte e Nordeste apresentam desempenho superior às unidades do Sul e Sudeste, com algumas exceções. Segundo os técnicos, isso se explica pelo fato da maioria desses estados terem níveis de endividamento menor. "De forma inversa, alguns dos mais ricos e desenvolvidos estados brasileiros têm elevado grau de endividamento e déficit nominal", acrescentam, citando os casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul. Talvez por isso, no cômputo nacional, o Ceará ficou bem posicionado quanto à solidez fiscal, em sétimo lugar, após Roraima, Pará, Mato Grosso do Sul, Amapá, Paraná Mato Grosso. O Rio Grande do Norte se classificou após o Ceará. Para desenhar esse ponto os pesquisadores consideraram indicadores como grau de endividamento, o custo de servir essa dívida, e o nível de execução do orçamento e dos investimentos dos Estados, além do indicador "resultado primário". O quadro abaixo mostra o nível de solidez fiscal em âmbito estadual.
Fonte: CLP/Economist Intelligence Unit/Tendencias. |
Todos os direitos reservados. Reprodução do material permitida mediante citação da fonte.