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PIB DO NORDESTE CRESCE ENTRE 2002 E 2015, MAS PERMANECE DISTANTE DAS REGIÔES MAIS RICAS |
Crescimento do PIB foi negativo em 2015 para todos os estados brasileiros, mas a participação do Nordeste no agregado nacional melhorou, de 13,9% para 14,2%, ainda muito longe da representatividade do Sudeste que responde por 54% do PIB do país. Agência Prodetec - Rio de Janeiro – 01 dezembro 2017. O estudo "Contas Regionais do Brasil 2002-2015" divulgado pelo IBGE mostra que o crescimento médio da economia do Nordeste no período foi de 3,3% ante 2,9% para o país como um todo. Com isso, a região aumentou 1,1 ponto percentual sua participação no PIB nacional,de 13,1% para 14,2%. O Sudeste perdeu espaço, mas ainda responde por 54% do Produto Interno Bruto doBrasil ante 16,8% do Sul, 9,7% do Centro-Oeste e 5,4% do Norte. No âmbito estadual, realcepara o Piauí com crescimento médio de 4,8% ao ano no período 2002-2015, atrás apenas de Tocantins (6% a.a.) e Mato Grosso (5,5%). No conjunto do país, somente 12 estados superaram a média brasileira de 2,9%. Entre os estados nordestinos, destaca-se ainda o desempenho observado no Maranhão (4,5% a.a.), Paraíba (4,1% a.a.) e Ceará (3,5% a.a.). O estudo do IBGE indica que a produção industrial foi a maior responsável pelo avanço piauiense, com variação de 7% a.a. entre 2002 a 2015, enquanto no caso maranhense o fator de alavancagem está no agronegócio e na indústria. Este setor também teve grande representatividade na Paraíba, sobretudo a indústria extrativa, e no Ceará, onde contribuiu igualmente a área de serviços. Alta concentração O documento mostra, ainda, que a economia nordestina continua muito concentrada. A Bahia, sozinha, responde por mais de um quarto do PIB regional, tendo apenas 4,1% do PIB nacional. Considerado o período 2002-2015, o desempenho baiano foi de apenas 0,1ponto percentual no Produto Interno Bruto do Brasil contra 0,3 p.p do Ceará (de 1,9% para 2,2%). Sergipe foi o único estado nordestino a perder espaço no PIB nacional nesse período. Nos demais estados registraram-se acréscimosna participação do Maranhão(de 1,1% para 1,3%), do Piauí (de 0,5% para 0,7%), Rio Grande do Norte(de 0,9% para 1%) e de Pernambuco (de 2,4% para 2,6%). Em Alagoas (0,9%) e Paraíba (0,9%) não houve alteração. Com o crescimento cearense, o estado manteve sua posição (12ª) no conjunto do PIB brasileiro, só não ganhando mais espaço devido ao bom desempenho do Pará que desbancou o Espírito Santo do 11º lugar. A Bahia permanece como a sétima maior economia do país atrás de SP, RJ, MG, RS, PR e SC. Desempenho em 2015 Conforme o IBGE, no exercício de 2015 a queda de 3,5% no PIB nacional se estendeu também a todos os estados do Brasil e Distrito Federal. Trata-se de uma situação inédita ao longo de 15 anos de pesquisa, afirma o gerente das Contas Regionais da autarquia, Frederico Cunha. Em termos regionais, observa-se que o Centro-Oeste (-2,1%) apresentou a menor redução em volume do PIB dentre todas as grandes regiões, em relação a 2014, seguido do Norte (-2,6%), Nordeste (-3,4%) e Sudeste (-3,8%). O maior recuo foi registrado na região Sul (-4,1%). Quanto à participação no PIB do Brasil, exceto o Sudeste, todas as demais regiões ganharam espaços em 2015 em relação a 2014, a saber: Norte (de 5,3% para 5,4%), Nordeste (de 13,9% para 14,2%), Sul (de 16,4% para 16,8%) e Centro-Oeste (de 9,4% para 9,7%). A representatividade do Sudeste declinou de 54,9% para 54%. No Nordeste, os recuos mais expressivos do PIB entre 2014 e 2015 ocorreram em Pernambuco (-4,2%) e Maranhão (-4,1%), além de Bahia (-3,4%) e Ceará (-2,2%). Esses decréscimos, no entanto, não chegaram a afetar a posição desses estados no ranking econômico regional. O quarteto representa quase três quartos de todo o PIB do Nordeste, totalizando R$ 611,3 bilhões de um total de R$ 848.532 milhões. NORDESTE. PIB POR ESTADO EM 2015. VALORES EM R$ MILHÕES.
Fonte: IBGE Contas Regionais do Brasil. Elaboração Agência Prodetec. Na comparação com o exercício de 2014, três dos sete estados que ganharam participação no PIB nacional são do Nordeste; Rio Grande do Norte (0,1 p.p.); Alagoas (0,1 p.p.) e Bahia (0,2 p.p.). Os demais foram São Paulo (0,2 p.p.); Rio Grande do Sul (0,2 p.p.); Distrito Federal (0,2 p.p.) e Paraná (0,3 p.p.). Esse desempenho dos estados nordestinos, porém, não implicaram mudanças de patamar deles no Produto Interno Bruto brasileiro. Considerando o tamanho das economias, ou seja, o valor do PIB, a situação relativa de cada um continuou inalterada. A melhor posição continua sendo a Bahia (7º lugar no ranking nacional), seguida de Pernambuco em décimo lugar, Ceará em 12º e Maranhão (17º). Também mantiveram as mesmas posições do ano anterior os estados do Piauí (21º), Rio Grande do Norte (18º), Paraíba (19º), Alagoas (20º) e Sergipe (22º). Para os técnicos do IBGE, o avanço no Rio Grande do Norte decorreu do desempenho das Indústrias de transformação, sobretudo refino de petróleo e coque, e na eletricidade e gás. No caso de Alagoas, responsável por 0,8% do PIB nacional em 2015, o desempenho deu-se em virtude do crescimento da agropecuária (0,2 p.p.), especialmente a citricultura, e da indústria de transformação (produtosalimentícios, bebidas e fabricação de resinas e elastômeros. Com o avanço de 0,2p.p, a Bahia retorna ao mesmo patamar de participação de 2009, tendo se sobressaído o desempenho da Indústria de transformação (refino de petróleo e coque). PIB PER CAPITA: LONGE DA MÉDIA O Produto Interno Bruto per capita dos estados do Nordeste está muito longe da média apresentada pelo país como um todo. Significa dizer que em 13 anos as desigualdades continuaram e em alguns casos até se ampliaram. A renda per capita brasileira elevou-se de R$ 8.440,27, em 2002, para R$ 29.326,33, em 2015, enquanto a do Distrito Federal atingiu R$ 73.971,05, de longe a mais elevada do Brasil, cerca de 2,5 vezes maior que a do país. Em Sergipe, o estado nordestino melhor classificado no ranking nacional, em 2015, a renda per capita somou apenas R$ 17.189,28 ante R$ 5.529,80, em 2002. Caiu do 15º para o 17º lugar no ranking, mas mesmo assim muito bem posicionado quando comparado ao Maranhão, que trocou de lugar com o Piauí como pior renda per capita do país. A renda do maranhense em 2015 (R$ 11.366,23) representa somente 15% do brasiliense e menos de 40% do brasileiro em geral, mas já foi apenas 30%, o que revela algum progresso. NORDESTE. PIB PER CAPITAPOR ESTADO. VALORES EM R$ 1,00
Fonte: IBGE Contas Regionais. Elaboração Agência Prodetec. De acordo com a pesquisa, o Piauí foi o estado onde o valor do PIB per capita mais cresceu dentre todas as Unidades da Federação. Aumentou cerca de 5 vezes entre 2002 e 2015 (de R$ 2 440,70 para R$ 12 218,51) enquanto o Maranhão cresceu 4,2 vezes e o Ceará 4 vezes. Para os técnicos do IBGE, o fato da renda per capita dos estados do Norte e Nordeste permanecer distante da média brasileira é consequência da desproporcionalidade entre população e PIB e população que se observa em todos eles. Por exemplo, o Norte tem participaçãode 5,4% no PIB nacional, mas responde por 8,5% da população. No Nordeste, a relação é pior pois a região participa com 14,2% do PIB do pais e detém 27,7% da população. |
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